segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O dom do perdão

1ª Leitura: Sb 1, 1-7
Salmo: 138
Evangelho: Lc 17, 1-6

Boa tarde a todos.
Cristo vem instigar em nós o perdão no dia de hoje, propõe-nos um grande desafio: “Se ele (seu irmão) pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, tu deves perdoá-lo”. 
Não criemos pânico!  É claro que ao lermos o Evangelho, de fato, nos sentimos cobrados pelo Senhor e pensamos em qual é o limite de nossa paciência. Seremos capazes de perdoar alguém que cometa o mesmo erro diversas vezes? Ou que tenha aquele dom de cada dia cometer um erro diferente por um simples descuido ou implicância?
Como cristãos sabemos a importância do perdão tão pregada dentro de nossas comunidades, temos consciência de que não se deve pagar o mal com o mal. Onde fica sua razão se você ofende alguém que lhe ofendeu? Não adianta punir o ofensor com violência em atos ou palavras, isso nos torna mais culpados que ele. O princípio de perdão é entender que sempre existem dois lados de uma mesma situação, devemos entender as circunstâncias em que se encontravam o irmão quando cometeu a atitude errada para que possamos conversar e conceder-lhe o perdão.
Já dizia a canção: “Quem ama perdoa” e isso é fato! Quase todas as vezes que meu noivo vai para a cozinha tentando me ajudar, quebra alguma coisa (rs), com certeza fico furiosa em ver meus copos aos pedaços, mas entendo suas boas intenções em me ajudar com as tarefas domésticas; deixo um alerta para que tome mais cuidado nas próximas vezes e o elogio pela iniciativa. Esse é o princípio de perdão que achei dentro de casa, agora ando me policiando para agir assim com os demais.
O Senhor não pede que perdoemos para fazer bonito diante dele, quer que realmente vivamos como irmãos nesse mundo tão violento justamente porque as pessoas não sabem perdoar. Ultimamente basta um descuido no trânsito para que uma vida seja tirada, é estranho, mas acontece.
Fiquemos atentos quanto à maneira que agimos com alguém que cometeu, por querer ou não, um erro para conosco. As pessoas são todas diferentes, o que é certo para mim pode ser errado para meu amigo e isso é um gatilho para conflitos se for mal compreendido. Saibamos repreender os irmãos quando for preciso e esforcemo-nos para perdoá-los, por mais que seja não nos comprometamos em esquecer-se disso depois. Como diz o Padre Bentu Mendonça “Deus não nos ordena a esquecer. Ele está preocupado que o nosso perdão seja tão completo que, se nos lembrarmos da ofensa, será para louvá-Lo pelo perdão e não para sentir mais tarde uma mágoa pela ofensa.
Esse é o grande desafio de hoje, aprender a perdoar por mais difícil que seja pareça a cada um de nós. Muitos conflitos seriam resolvidos se fosse um hábito das pessoas colocarem-se no lugar do próximo, tentar entendê-lo, conversar, e perdoá-lo. Não que devamos ser bobos dos outros e aceitar atitudes erradas, mas uma boa conversa “põe os pingos nos i’s” mostrando-o quão desagradável foi a situação em questão e instruindo o próximo a não errar mais.
Ensina-nos, Senhor, a amar o próximo como prega a liturgia. Dá-nos capacidade de perdoar e agir com sabedoria para com aqueles que pecam contra nós e contra ti. Ajuda-nos a amar o pecador e combater o pecado. Que nós estejamos sempre atentos para não pecar e sempre dispostos a perdoar o irmão, dá-nos esse dom.
Fiquemos todos na paz de Deus e no amor de Maria. Tenham um bom resto de tarde e uma noite abençoada.
Beijos a todos.
Se não pode amar essa pessoa, peça a Deus para amá-la por você e Ele o fará! Amando com o amor de Deus você será cheio de Sua paz.” (Ef 4,1-3)

P.S: Não poderia finalizar sem propor uma reflexão sobre esse precioso salmo...

Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!

Senhor, vós me sondais e conheceis,
sabeis quando me sento ou me levanto;
‘de longe penetrais meus pensamento,
percebeis quando me deito e quando eu ando,
os meus caminhos vos são todos conhecidos.

A palavra nem chegou à minha língua
e já, o Senhor, a conheceis inteiramente.
Por detrás e pela frente me envolveis;
pusestes sobre mim a vossa mão.
Esta verdade é por demais maravilhosa,
é tão sublime, que não posso compreendê-la.

Em que lugar me ocultarei de vosso espírito?
E para onde fugirei de vossa face?
Se eu subir até os céus, ali estais;
se eu descer até o abismo, estais presente.

Se a aurora me emprestar as suas asas,
para eu voar e habitar no fim dos mares,
mesmo lá vai me guiar a vossa mão
e segurar-me com firmeza a vossa destra.





* Tenho um carinho especial por esse salmo. Lembro que certa vez copiei alguns versículos na catequese... me apaixonei por esse belíssimo poema! 





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